A Melhor Impermeabilização Para Sua Laje – Poliuréia

Aplicamos a melhor solução de impermeabilização para laje de uma residência de alto padrão com um produto que se chama Poliuréia. Além disso demonstramos 10 passos para você executar este tipo de solução na sua obra desde a limpeza da laje até o teste do sistema. Nesta metodologia de cobertura a laje fica exposta as intempéries: sol, chuva, sereno.


Os 10 passos para executar a impermeabilização da sua laje com Poliuréia


Demonstramos um estudo de caso com todas as etapas executivas da impermeabilização de uma laje de 960 m² em uma residência que utilizou mais de 1600 m² desta solução.


1º Passo – Limpeza da Laje


limpeza e desforma de laje
Limpeza e Desforma da laje

Inicialmente foi realizada a desforma da estrutura para início dos trabalhos, neste processo são retirados: pedaços de madeira, sobras de concreto solto, ferramentas e restos de materiais da obra para possibilitar o tratamento da área a ser impermeabilizada.


Assista ao vídeo da concretagem desta cobertura, foram mais de 1000 m² e 220 m³ de concreto

Concretagem de uma cobertura de 1000 metros quadrados
Vídeo da concretagem da cobertura

2º Passo – Determinação dos Pontos de Coleta de Águas Pluviais


Coleta de água pluvial
Ponto de coleta de água pluvial

A laje exposta recebe diretamente a ação das chuvas da região em que está locada, cabe aos responsáveis pelo projeto determinar a quantidade de pontos de coleta de águas pluviais para receber e encaminhar todo esse fluxo até o local de deságue determinado por sua região (sarjeta ou rede de águas pluviais).

O cálculo da quantidade de água que vai receber está diretamente ligado a área exposta (atentar-se a outras contribuições que não sejam a laje, paredes ou outras influências) juntamente com a quantidade e intensidade de chuva que a laje está exposta.


Para calcular a intensidade de chuva é bom consultar índices históricos pluviométricos da região através de sites especializados ou realizar o cálculo com expressões empíricas desenvolvidas por autores para cada região do país.


A escolha ideal dos pontos de coleta seria onde houver maior deformação, o que elimina o risco de inverter caimentos quando a laje deformar, garantindo a eficiência da regularização com o contrapiso!


3º Passo – Taliscamento


Talisca de contrapiso
Demarcação de níveis com talisca e linha de pedreiro

Diferente de uma cobertura com telhado, a laje exposta também necessita de etapas de contrapiso para garantir o caimento dos pontos de coleta. Iniciando com a determinação dos níveis e fixação das taliscas para guiar a execução do caimento por toda a laje.


4º Passo – Perfuração e Chumbamento dos Passantes


Perfuração de laje
Perfuração de laje

Nessa etapa é necessário respeitar o nível da talisca para a perfuração correta da laje em seguida realizar o chumbamento das tubulações passantes.


5º Passo – Regularização com Contrapiso


Regularização da cobertura
Regularização da Cobertura

Primeiramente aplicar uma fina camada aderente de cimento polvilhado na laje molhada. Em seguida lançar a argamassa de contrapiso e sarrafeá-la até sobrepor as taliscas, compactar muito bem, remover excedente de argamassa com a mestra para corrigir o caimento das taliscas. Após esse processo, remova as taliscas e preencha com argamassa o contrapiso e finalize com o acabamento alisado.

Cuidados com o contrapiso: fazer juntas de dilatação previnem esforços na impermeabilização causadas por exposição a variações de temperatura e também é imprescindível o abaulamento/suavização das quinas para preservar a vida útil da impermeabilização.


6º Passo – Aplicação do Selante na Junta


Aplicação de PU em junta de dessolidarização
Aplicação de selante PU em juntas de dessolidarização

Aplicação de um selante PU, cuja função é selar as juntas e aberturas dos substratos, para impedir a passagem de água e ar de maneira que o selante acompanha a movimentação do substrato, para ter uma junta de dilatação do contrapiso vedada e deformável.

Existem outras alternativas como uma junta pré-moldada de neoprene. Após a aplicação da Poliuréia o material devidamente curado, elimina riscos de rasgamento e por apresentar abas, o impermeabilizante permite e facilita o arremate da junta com a laje.


7º Passo – Cura do Contrapiso


Para garantir a qualidade do contrapiso o indicado é não transitar por 72 horas e respeitar o tempo de cura de 28 dias para posicionar equipamentos pesados e aplicar a Poliuréia. O motivo é que a impermeabilização da laje não pode ser aplicada numa superfície úmida e a cura (secagem) do contrapiso causa eflorescências.


8º Passo – Aplicação do Primer


O primer de base epóxi tem a função de preencher os poros do contrapiso e preparar a superfície para receber a Poliuréia, assegurando uma ótima aderência.


9º Passo – Aplicação da Poliuréia


Poliuréia
Laje impermeabilizada com Poliuréia

O empreiteiro posiciona no local uma unidade móvel, com vários equipamentos, compressores, mangueiras, tambores, máquinas de sucção. O equipamento de transporte de fluido controla a temperatura das mangueiras, acopla bombas de transferência para fazer um sistema contínuo entre outras funções.

Composição Química da Poliuréia.
Composição Química da Poliuréia.

O funcionamento da Poliuréia é bicomponente, ou seja para haver a reação química ocorre uma mistura de dois componentes, a Poliamina e o Isocianato. A mistura acontece em uma pequena câmara, em seguida o produto é aquecido para controlar a viscosidade dos fluidos, o compressor empurra o fluido pela mangueira que comporta uma distância de 90 metros na horizontal e/ou vertical, que por fim são lançadas por uma pistola.


O controle e domínio da pistola é essencial pelo aplicador, para certificar que a espessura de projeto do impermeabilizante esteja correta, mensurando a relação pressão/tempo de aplicação com a quantidade de demãos, durante a aplicação. O recomendado é fazer pequenas verificações de espessura durante a aplicação para conferir se a mesma está sendo cumprida.


10º Passo – Aplicação da Tinta com Proteção UV


Tinta UV para Poliuréia
Aplicação de Tinta UV – Cinza Claro

A função principal da camada de tinta é aumentar a vida útil da Poliuréia, confere uma maior resistência à sol e chuva da laje impermeabilizada, apresenta a função de hidrorrepelente, ou seja uma textura que evita a água, protegendo a Poliuréia da ação repetitiva da água e facilitando o escoamento da mesma aos pontos de coleta. Além da função estética de uniformizar a cor e aparência da superfície impermeabilizada.


Quantas pranchas de estrutura têm nessa casa?

Projeto estrutural
Perspectiva da projeto estrutural renderizado. Pilares (rosa), Lajes (azul), Vigas (amarelo), Blocos (Verdes), Fundação (verde escuro), Vigas Protendidas (Vermelho)

Teste de Estanqueidade


Teste de Estanqueidade
Teste de Estanqueidade

Para concluir a sua impermeabilização, o teste de estanqueidade é uma etapa obrigatória por norma e tem a finalidade de conferir se a laje não apresenta vazamentos. De acordo com a NBR 9574 – Execução de Impermeabilização, a laje deve comportar uma quantidade de água por 72 horas para a verificação de falhas, durante esse período, deve ser analisado se o nível dessa película não abaixou.


Revit para Arquitetos

Vantagens


  • Alta resistência a tração
  • Excelente aderência
  • Grande facilidade em arremates
  • Alta produtividade (velocidade de produção)
  • Cura extremamente rápida, cerca de 8 segundos após aplicada
  • Não necessita proteção mecânica
  • Aceita tráfego veícular diretamente sob a Poliuréia

Desvantagens


  • Equipamentos exclusivos de alto custo
  • Demanda mão de obra especializada
  • Necessita de uma regularização muito bem feita
  • Custo conforme a espessura, sendo um pouco mais elevado que a manta asfáltica
  • Necessita muitos cuidados na etapa de aplicação para evitar patologias

Uma consideração importante sob a impermeabilização estudada é que sua vida útil depende diretamente da relação com a qualidade do empreiteiro ou fornecedor contratado. A qualidade do equipamento da empresa, a qualidade do produto e do substrato, treinamento especializado para os funcionários da empreita, forte controle de espessura.


Todavia, existem cuidados que devem ser garantidos pela obra, pelo engenheiro e pelo mestre. Executar um contrapiso de qualidade, que não apresente erros de caimento, empoçamentos, bem compactado, com suas juntas de dilatação bem executadas, respeitar o tempo de secagem do contrapiso para aplicar a Poliuréia.


Todos os aspectos citados podem, caso não cumpridos atentamente podem fazer sua impermeabilização ter uma péssima qualidade e baixa vida útil, em contraposição caso sejam assegurados todos os cuidados, pode ser a melhor impermeabilização de laje já feita na sua região e também a mais durável!


Poliuréia pintada
Poliuréia aplicada com tinta UV

Especificações


“Vários requisitos mecânicos, químicos ou logísticos, como a necessidade de um produto que tenha alto alongamento, todavia com alta dureza e resistência à tração, resistência ao contato com produtos químicos agressivos ou redução drástica de prazo de execução, não são possíveis de serem cumpridos com os sistemas tradicionais a base de cimento ou asfalto e vários sistemas puramente poliméricos vêm surgindo no âmbito comercial, com o intuito de atender essas solicitações.”

VASCONCELOS, PAULO H. (2015)

Valores de referência de algumas propriedades dos poliuretanos (Granato, 2014)

Patologias e Cuidados


Atualmente, não existe norma brasileira ABNT para a impermeabilização com Poliuréia, a mesma se encontra ainda em desenvolvimento. O que pode vir a resultar em uma falta de cuidado e/ou falta de informações na aplicação por parte de algumas empresas e acabam deteriorando a qualidade e potencial da impermeabilização.


Fissuras não esperadas e delaminações são patologias causadas pela falta de material, Poliuréia com baixa espessura e alta rugosidade.


Descoloração por ação da água é ocasionada por falta de decaimento e empoçamento constante da água diretamente sob a impermeabilização.


Rupturas por tração ocorrem quando o contrapiso e/ou a laje está fissurada.


Rupturas por variação de seção são apresentadas quando existem regiões de variação de espessura muito altas, de 2 mm para 4 mm, esse ponto desenvolve uma concentração de tensões e vem a romper a impermeabilização.


Abrasão e desgastes prematuros quando apresentado transito de veículos, podem ocorrer por diversos motivos e devem ser investigadas as causas, má calibração de equipamentos, falta de espessura, falta de controle da mistura.


Formação de Bolhas, possivelmente formadas por falha na mistura. Oscilação da energia, por conta dos equipamentos utilizados exigirem muito da rede elétrica, impurezas presentes na mistura, contrapiso úmido (cura não finalizada). Entretanto, as bolhas não prejudicam a impermeabilização da laje, são apenas fins estéticos.


Portanto, existem vários problemas que podem vir a acontecer devido a uma má aplicação do material e devem ser prevenidos atentamente junto a empresa responsável pela aplicação.


  • Falta de controle de espessura
  • Presença de umidade no substrato e no ambiente.
  • Overspray formando névoa e aderindo em outros elementos da obra.
  • Substrato sem pó.
  • Concreto de baixa qualidade moldado na própria obra.
  • Contrapiso mal executado ou mal compactado.

Cobertura com poliuréia
Cobertura impermeabilizada

Referências Normativas


Como mencionado anteriormente, com o aguardo pela normatização definitiva, mantém-se as normas convencionais para impermeabilizações.

ABNT NBR 9574, Execução de Impermeabilização.

ABNT NBR, 9575, Impermeabilização – Seleção e Projeto.

ABNT NBR 9050, Acessibilidade a edificações, mobiliário, espaços e equipamentos urbanos.


Referências


IBI Talks #30 – Impermeabilização com Poliureia. [S. l.: s. n.], 2020. Disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=A7dm4UJhPl4&t=5292s. Acesso em: 19 jan. 2021


GRANATO, José Eduardo. Sistemas de Impermeabilização de Poliuretano Expostos às Intempéries e Sujeitos a Trânsito de Pessoas ou Veículos. Simpósito Brasileiro de Impermeabilização, IBI, São Paulo, 2014


VASCONCELOS, PAULO H. (2015). Correlação Entre as Propriedades Mecânicas de Materiais Impermeabilizantes a Base de Elastômeros de Poliuréia e Poliuretano com o Desempenho do Sistema Aplicado em Lajes Estruturais. Dissertação de Mestrado em Estruturas e Construção Civil, Publicação E.DM-005A/15, Departamento de Engenharia Civil e Ambiental, Universidade de Brasília, Brasília, DF, 180p.


IBI BRASIL. Guia de aplicação da norma de desempenho para impermeabilização: Especificação, aplicação, e contratação com foco no atendimento à ABNT NBR 15575:2013. [S. l.s. n.], 2018. Disponível em: https://ibibrasil.org.br/wp-content/uploads/2018/06/Guia-de-Aplicação-da-Norma-de-Desempenho-para-Impermeabilização-IBI.pdf. Acesso em: 19 jan. 2021.


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Lucas Bernardes Carneiro

Lucas Bernardes Carneiro

Lucas Bernardes Carneiro é goiano nascido em Ipameri/GO. Realizou a graduação de Engenharia Civil em 2013 pela Universidade Federal de Goiás – Polo Catalão, ATUAL UNIVERSIDADE FEDERAL DE CATALÃO – UFCAT. Pós graduado em Gerenciamento de Obras pelo IPOG-DF e em Gerenciamento de Projetos pela FGV-DF. Atualmente é Coordenador de Obras Residenciais de alto padrão na cidade, onde já entregou mais 30.000 m2 de área construída entre reformas, casas e edifícios comerciais. Possui como um dos objetivos elevar o nível dos profissionais que compõe o mercado da construção civil.

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